BOAS-VINDAS

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Brasil - uma Colônia


A História do Brasil Colonial tem início em 22 de abril de 1500 com a chegada dos portugueses. O término deste período é a Proclamação da Independência do Brasil, ocorrida em São Paulo (às margens do riacho do Ipiringa), em 07 de setembro de 1822. Durante esta época, o Brasil foi administrado pela coroa portuguesa. 

Principais fatos da História do Brasil Colonial (Cronologia)
1500 - Em 22 de abril, comandados por Pedro Álvares Cabral, os portugueses chegam ao Brasil: Descobrimento do Brasil.
1501 - Américo Vespucci faz uma expedição exploratória na costa brasileira
1532 - Fundação da cidade de São Vicente (22 de janeiro)
1530 a 1533 - Martin Afonso de Souza realiza sua expedição de reconhecimento do Brasil. Primeiras mudas de cana-de-açúcar são plantadas em território brasileiro.
1530 - Criação do sistema administrativo de Capitanias Hereditárias
1548 - Criado e instalado o sistema administrativo (centralizado) do Governo Geral. Tomé de Souza é o primeiro governador geral do Brasil.
1554 - Fundação da cidade de São Paulo (25 de janeiro)
1555 - Após a invasão francesa, Villegaignon funda a França Antártica no Rio de Janeiro.
1680 - Fundação da colônia do Sacramento
1684 - Estoura a revolta dos Beckman, na província do Maranhão
1759 - Após seu fracasso é extinto o sistema de Capitanias Hereditárias
1763 - A capital do Brasil é transferida de Salvador para o Rio de Janeiro
1789 - Inconfidência Mineira (tentativa de tornar o Brasil independente de Portugal)
1792 - Tiradentes, líder da Inconfidência Mineira, é enforcado em praça pública
1808 - Fuga da corte portuguesa para o Brasil
1808 - Abertura dos Portos às Nações Amigas
1815 - Brasil é elevado a Reino Unido de Portugal e Algarve
1817 - D.João  traz para o Brasil a missão artística francesa
1821 - Após a derrota de Napoleão para a Inglaterra e a desocupação de Portugal pelas tropas francesas, a corte portuguesa retorna para Portugal
1822 - Dia do Fico (9 de janeiro)
1822 - Proclamação da Independência do Brasil (7 de setembro)

 

AFRICANOS NO BRASIL

Africanos escravizados dentro do navio negreiro
 O que você sabe sobre os africanos trazidos para o Brasil colonial? De que forma chegaram ao Brasil? De que trabalhavam? Como viviam?

 A CHEGADA
 A história da chegada dos negros ao Brasil começou com o comércio de escravos por parte dos portugueses, nos séculos XIV e XIX. Embarcações desafiavam o oceano para chegar à América enfrentando longos trechos e trazendo os negros em condições desumanas. Cerca de cinco milhões de negros foram capturados nesta época. A maioria dos africanos veio do Senegal, Mali, Guiné, Costa do Marfim, Benin, Nigéria, Congo, Angola e Moçambique. Cada um trazia consigo não somente sua força de trabalho, mas sua cultura, sua tradição.
Quando chegavam ao Brasil, não eram chamados por sua etnia, mas sim pelo nome do porto ou da região onde havia sido embarcado. Um africano com etnia congo, por exemplo, era chamado aqui de cabinda, se esse fosse o nome do porto africano de onde houvesse embarcado. Eles não tinham direito de manter seus nomes e recebiam um nome em português. Isso acontecia para apagar a memória do seu passado: sua família, sua língua, seus amigos e o lugar de origem.
Os primeiros negros chegaram ao Brasil em 1580, na condição de escravos, diretamente para as lavouras de cana-de-açúcar. Vieram para servir os donos das grandes fazendas que não conseguiram escravizar os índios. Para favorecer os fazendeiros, o governo brasileiro permitiu o comércio de negros, que eram capturados na África (por outras tribos africanas), e depois de serem vendidos (ou trocados por alguns produtos como a cachaça e o tabaco) a traficantes europeus, eram trazidos em grandes embarcações, os navios negreiros, para o Brasil.

O PROCESSO DE ESCRAVIZAÇÃO
 Segundo Alfredo Boulos Júnior, conseguir pessoas na África para vende-las na América foi um negócio altamente lucrativo, que durou mais de trezentos anos e funcionava da seguinte maneira:
Passo nº 1: Os traficantes forneciam tabaco, pólvora e armas de fogo aos chefes africanos; em troca, exigiam prisioneiros de guerra.
Passo nº 2: De posse dessas armas, os chefes africanos faziam guerras e obtinham prisioneiros.
Passo nº3: Os prisioneiros eram negociados com os traficantes, que os vendiam na América como escravos.
A consequência mais trágica da chegada dos europeus ao continente africano foi justamente o surgimento de um novo tipo de guerra entre os povos locais: a guerra para obter e vender pessoas a traficantes especializados.

 A CULTURA AFRICANA (JE JE, IORUBÁ, BANTU)
A cultura Jeje vinda do Antigo Dahomé, que antes abrangia o Togo e fazia fronteira com o país de Gana é, sem dúvida, uma das maiores contribuições culturais deixada pelos negros fons no Brasil. A exemplo disso é o tambor de crioula no Maranhão, onde essa cultura marcou forte presença.  A cultura Iorubá foi mais presente na Bahia é proveniente do povo da África ocidental, e a cultura banto esteve presente em toda o território brasileiro, especialmente na região sudeste e é proveniente de territórios situados ao longo de toda a extensão ao sul da linha do Equador, entre eles Congo, Angola, Moçambique, Quênia, Zimbábue, Zâmbia, África do Sul. Essas culturas tinham forte ligação com a língua em que esse povo falava.
Algumas palavras Jeje foram incorporadas não só na cultura afro-brasileira como também no nosso dia-a-dia, como por exemplo: Acassá, "faca" que no original ewe é escrita com "K" ao invés de "C". Outra palavra Jeje que ficou no nosso cotidiano foi a palavra "tijolo" que em ewe é Tijoló.

 A TRAVESSIA
          O transporte de africanos escravizados era feito através dos navios negreiros, e as viagens duravam cerca de 30 a 45 dias, submetidos a alimentação precária e acomodações desumanas. Homens, mulheres e crianças eram obrigados a embarcar nas fortalezas do litoral africano, rumo ao Brasil.
        As viagens duravam entre três e quatro meses e muitos negros não sobreviviam a elas devido às péssimas condições de viagem! Quando chegavam ao Brasil, os escravos eram levados a mercados no Recife, Rio de Janeiro, Salvador e São Luís para serem vendidos. Os homens valiam o dobro que as mulheres. Como propriedade de outra pessoa, os escravo podiam ser vendidos, alugados ou leiloados para pagar dívidas do seu dono.
Carta de alforria de uma escrava.



O TRABALHO
Homens: trabalhavam como agricultor, carpinteiro, ferreiro, pescador, carregador e em várias outras funções.
Mulheres: Cultivava a terra, cuidava dos doentes, colhia e moía cana, lavava, passava, fazia partos, vendia doces e salgados, etc.
A rotina de trabalho dos escravos chegava até mesmo a 15 horas de trabalho por dia. Entre os trabalhadores afrodescendentes havia também libertos, nome que se dava àqueles que haviam conseguido a carta de alforria, documento de libertação obtido geralmente após longos anos de trabalho.

 




A VIOLÊNCIA
Por qualquer motivo falho, o escravo era punido. Os feitores eram os responsáveis por vigiá-los e castiga-los. Os castigos podiam ser: a palmatória, a gargalheira, correntes com algemas, máscara de flandres, etc. Existiam também os castigos pesados, como ser amarrado num tronco e ser açoitado.
 
 
RESISTÊNCIA
Onde há escravidão, há resistência. No Brasil, diversas razões levavam os escravos resistir à escravidão, dentre ela: excesso de trabalho, disciplina rigorosa, castigo. Várias fugas ocorreram durante o período de escravidão.
Várias formas de resistência podemos encontrar nesse cenário, como por exemplo, a capoeira, os quilombos, quebra de ferramentas de trabalho, incêndio de plantações.
 
QUILOMBOS
Eram agrupamentos de pessoas fugidas da escravidão. Uma das principais formas de resistência à escravidão era a formação desses grupos. O mais conhecido deles foi o Quilombo dos Palmares, em Alagoas, que se originou em 1597, quando cerca de 40 escravizados fugiram do litoral nordestino e refugiaram-se na Serra da Barriga. Chegou a ter cerca de 50 mil habitantes. É importante sabermos que nos Palmares não existiam apenas negros, mas também, brancos pobres e índios expulsos de suas terras pelos colonos. Sobreviviam da caça e do plantio. Produziam peças artesanais e trocavam entre povoações vizinhas e a excedente vendiam em outras localidades, inclusive Alagoas. O Quilombo dos Palmares era compostos por várias povoações. Foi lá que surgiu a figura do Zumbi.

ZUMBI
Zumbi dos Palmares nasceu no estado de Alagoas no ano de 1655. Foi um dos principais representantes da resistência negra à escravidão na época do Brasil Colonial. Foi líder do Quilombo dos Palmares, comunidade livre formada por escravos fugitivos das fazendas. Embora tenha nascido livre, foi capturado quando tinha por volta de sete anos de idade. Entregue a um padre católico, recebeu o batismo e ganhou o nome de Francisco. Aprendeu a língua portuguesa e a religião católica, chegando a ajudar o padre na celebração da missa. Porém, aos 15 anos de idade, voltou para viver no quilombo. No ano de 1675, o quilombo é atacado por soldados portugueses. Zumbi ajuda na defesa e destaca-se como um grande guerreiro. Após um batalha sangrenta, os soldados portugueses são obrigados a retirar-se para a cidade de Recife. Em 1680, com 25 anos de idade, Zumbi torna-se líder do quilombo dos Palmares, comandando a resistência contra as topas do governo. Durante seu “governo” a comunidade cresce e se fortalece, obtendo várias vitórias contra os soldados portugueses. O líder Zumbi mostra grande habilidade no planejamento e organização do quilombo, além de coragem e conhecimentos militares. O bandeirante Domingos Jorge Velho organiza, no ano de 1694, um grande ataque ao Quilombo dos Palmares. Após uma intensa batalha, Macaco, a sede do quilombo, é totalmente destruída. Ferido, Zumbi consegue fugir, porém é traído por um antigo companheiro e entregue as tropas do bandeirante. Aos 40 anos de idade, foi degolado em 20 de novembro de 1695. Zumbi é considerado um dos grandes líderes de nossa história. Símbolo da resistência e luta contra a escravidão, lutou pela liberdade de culto, religião e pratica da cultura africana no Brasil Colonial. O dia de sua morte, 20 de novembro, é lembrado e comemorado em todo o território nacional como o Dia da Consciência Negra.

 
 Não existem imagens autênticas do líder do Quilombo dos Palmares. A imagem ao lado é uma pintura de Manuel Vítor. Não se sabe como Zumbi era na realidade.

 

 OS REMANESCENTES DE QUILOMBOS

No Brasil de hoje existem povoações habitadas por descendentes dos antigos quilombolas (habitantes dos quilombos). São mais de 80 mil pessoas vivendo de modo parecido a dos antepassados escravos. A Constituição Federal de 1988 reconheceu a propriedade definitiva das terras ocupadas por comunidades quilombolas. Muitos habitantes das atuais comunidades quilombolas vêm travando uma luta árdua para reunir provas de que são descendentes de escravizados e de que as terras em que vivem lhes pertencem.

A escravatura no Brasil só acabou definitivamente em 1888, quando a princesa Isabel assinou a Lei Áurea.

FONTES:
História Sociedade & Cidadania. Alfredo Boulos Júnior
Brasil: Uma História. Eduardo Bueno

SAIBA MAIS NO SITE:
 

Abaixo, música de Chico César, interpretemos juntos a  mensagem que ela transmite. 

MAMA ÁFRICA 

Mama África
A minha mãe
É mãe solteira
E tem que
Fazer mamadeira
Todo dia
Além de trabalhar
Como empacotadeira
Nas Casas Bahia...(2x)
Mama África, tem
Tanto o que fazer
Além de cuidar neném
Além de fazer denguim
Filhinho tem que entender
Mama África vai e vem
Mas não se afasta de você...
Quando Mama sai de casa
Seus filhos de olodunzam
Rola o maior jazz
Mama tem calo nos pés
Mama precisa de paz...
Mama não quer brincar mais
Filhinho dá um tempo
É tanto contratempo
No ritmo de vida de mama...

ESTUDO DIRIGIDO
1.Descreva o modo em que os africanos entraram no Brasil.
2.De que forma o tráfico negreiro contribuiu para o aumento de conflitos dentro da própria África.
3.A que tipo de trabalho os escravos eram submetidos ao chegar no Brasil?
4.Que formas de resistência à escravidão encontramos por parte dos africanos no Brasil?
5.O que eram os quilombos?
6.Explique o processo de aprisionamento do africano ainda em seu continente.
7.Que tipos de cultura africana encontramos no Brasil?
8.Para quais cidades brasileiras os escravos eram levados para serem vendidos?


GUERRAS NO BRASIL COLÔNIA

INVASÕES FRANCESAS
Introdução
“Gostaria dever a cláusula do testamento de Adão que me afastou da partilha do mundo...” (Francisco I – monarca francês)
Pouco tempo após a chegada dos primeiros portugueses ao litoral brasileiro, os franceses já marcavam sua presença da região Norte ao Rio de Janeiro. Já em 1504 um navio francês, alcançou o litoral brasileiro à altura de Santa Catarina. Em 1534, corsários e mercadores de regiões francesas continuavam a incluir o Brasil entre seus objetivos. Em termos econômicos, a principal atração do território brasileiro era o pau-brasil.
Existiram dois momentos em que mesmo momentaneamente e em partes, a América portuguesa esteve quase se tornando uma colônia francesa: 1555 e 1612.

A França Antártica
Em 1555, os franceses invadiram o Rio de Janeiro e construíram o forte Coligny numa das ilhas da baía da Guanabara: estava assim fundada a França Antártica, que teve cinco anos de vida. A colônia francesa foi desbaratada pelos portugueses, sob o comando do terceiro governador-geral, Mem de Sá, em 1560.
Corsários e comerciantes continuaram o tráfico de pau-brasil com a mesma freqüência, inclusive na própria região da baía da Guanabara. Mem de Sá enviou então seu sobrinho Estácio de Sá para erguer uma fortaleza no local. Ela ficou pronta em 1565 e deu origem à cidade de São Sebastião do Rio de Janeiro. Mesmo assim, somente dois anos depois é que os franceses seriam expulsos de vez da Guanabara.

A França Equinocial
Em 1612, invadiram o Maranhão e estabeleceram uma colônia batizada de França Equinocial. Nessa nova tentativa fundaram a cidade São Luís (atual capital do Maranhão), nome escolhido por ele para homenagear o então rei francês, Luís XIII.
Dessa vez, contudo, os portugueses estavam mais preparados para repelir os invasores. Sob a liderança de Jerônimo de Albuquerque, conseguiram expulsar definitivamente os franceses, tanto do Maranhão quanto do Brasil, em 1615. Foi no decorrer dessas lutas que os portugueses ocuparam e povoaram a região do território brasileiro que hoje abrange os Estados da Paraíba, Rio Grande do Norte, Ceará, Pará e Maranhão.

INVASÕES HOLANDESAS




Invasão holandesa no Brasil, conquista e administração
A invasão holandesa fez parte do projeto da Holanda (Países Baixos) em ocupar e administrar o Nordeste Brasileiro através da Companhia Holandesa das Índias Ocidentais. 
Após a União Ibérica (domínio da Espanha em Portugal entre os anos de 1580 e 1640), a Holanda resolveu enviar suas expedições militares para conquistarem a região nordeste brasileira. O objetivo holandês era restabelecer o comércio do açúcar entre o Brasil e Holanda, proibido pela Espanha após a União Ibérica.
A primeira expedição invasora ocorreu em 1624 contra Salvador (capital do Brasil na época). Comandados por Jacob Willekens, mais de 1500 homens conquistaram Salvador e estabeleceram um governo na capital brasileira. Os holandes foram expulsos no ano seguinte quando chegaram reforços da Espanha.
Em 1630, houve uma segunda expedição militar holandesa, desta vez contra a cidade de Olinda (Pernambuco). Após uma resistência luso-brasileira, os holandeses dominaram a região, estabeleceram um governo e retomaram o comércio de açúcar com a região nordestina brasileira.
Em 1629, setenta navios holandese atacam a cidade de Olinda e estabelece o início da conquista holandesa no Nordeste brasileiro. Em 1637, as tropas formadas por portugueses, espanhóis, colonos, napolitanos e indígenas brasileiros foram derrotados por holandeses, que também contaram com o apoio de algumas tribos indígenas e de informantes, como Domingos Fernandes CALABAR, que transmitiu informações valiosas e estratégicas, decisivas para a vitória holandesa. A Holanda enviou o conde Maurício de Nassau para administrar as terras conquistadas e estabelecer uma colônia holandesa no Brasil. Até 1654, os holandeses dominaram grande parte do território nordestino.

Expulsão dos holandeses
O período de domíno não foi tranquilo para os holandeses, porém, Nassau soube como contornar a situação. Nassau passaou a ser pressionado pelos dirigentes da Companhia, que exigiam lucros crescentes, por isso, posteriormente, foi substituído e não chegou a presenciar o gradual declínio da colônia holandesa na América. Nassau deixou seu cargo no ano de 1644. Com a saída de Nassau, os portugueses perceberam que era o momento de reconquistar o nordeste brasileiro. Tiveram vitórias contra os holandeses nas batalhas de Monte das Tabocas e na de Guararapes.  
Em 1654, após muitas guerras e conflitos que ficaram conhecidas como Insurreição Pernambucana (comandada por Henrique Dias, que chefiou os escravos e os negros, e por Filipe Camarão, que chefiou os índios - 1648 /1649), finalmente os colonos portugueses (apoiados por militares de Portugal e Inglaterra) conseguiram expulsar definitivamente os holandeses do território brasileiro e retomar o controle do Nordeste Brasileiro.

Principais aspectos da administração de Nassau no Nordeste do Brasil:
- Estabeleceu relações amigáveis entre holandeses e senhores de engenho brasileiros;
- Incentivou, através de empréstimos, a reestruturação dos engenhos de açúcar do Nordeste;
- Introduziu inovações com relação à fabricação de açúcar;
- Favoreceu um clima de tolerância e libertade religiosa;
- Modernizou a cidade de Recife, construíndo diques, canais, palácios, pontes e jardins. 
- Estabeleceu e organizou os sistemas de coleta de lixo e os serviços de bombeiros em Recife.
- Determinou a construção em Recife de um observatório astronômico, um Jardim Botânico, um museu natural e um zoológico.
- Documentação da realidade brasileira através de trabalhos de artistas.

Fontes:
http://www.suapesquisa.com/pesquisa/invasaoholandesa.htm

GUERRAS INDÍGENAS

No início da colonização, os portugueses eram minoria da população e logo perceberam a importância de estabelecer alianças com os indígenas. Assim, os grupos indígenas eram divididos em aliados ou bárbaros, estes últimos eram os índios que não se submetiam ao domínio português. A cristianização dos indígenas, a miscigenação e o respeito a algumas lideranças indígenas, facilitaram combater às tribos consideradas inimigas. Grupos como os aimorés, tapuias e tamoios foram dizimados pelos colonizadores, os quais muitas vezes eram mamelucos (índios+portugueses). Não eram combates organizados e ocorriam geralmente quando os exploradores entravam em territórios indígenas. Conflitos de maiores proporções:

CONFEDERAÇÃO DO CARIRI (Guerra dos Bárbaros; Levante Geral dos Tapuias) – Ocorreu na região do Rio Grande do Norte, Piauí, Paraíba e Ceará com diversos ataques indígenas contra fazendas, vilas e povoados.  Nesse cenário se destaca os Tapuias, que eram índios de pequena estatura que ocupavam a parte central da América do Sul e Leste do Brasil. Com a implantação da pecuária na Capital do Rio Grande, originaram-se os conflitos. A interiorização da pecuária vinda do litoral (costa litorânea brasileira) e do interior (regiões como Maranhão, Piauí e Ceará), deixou “espremidos” os Tapuias. Pressionados reagiram violentamente, resultando na Confederação do Cariri. Os Tapuias eram índios (considerados canibais) que não pertenciam aos Tupis-Guaranis, o grupo dominante, que ocupavam o litoral quando os portugueses chegaram ao Brasil.
Entre o final do século XVII e o início do século XVIII, os conflitos se acentuaram, e a maior parte dos indígenas foi exterminada, após várias décadas de luta, em que os indígenas cristianizados também foram combatidos.

GUERRA GUARANÍTICA – Foi um confronto violento entre índios Guaranis e soldados lusitanos e espanhóis ocorrido no sul do Brasil, após a assinatura do Tratado de Madri.
Os Sete Povos das missões foram fundados na derradeira onda colonizadora jesuíta espanhola na região que hoje é o Rio Grande do Sul (na época “Continente do Rio Grande de São Pedro”), depois de terem sido fundadas dezoito reduções em tempos anteriores, todas destruídas pelos bandeirantes brasileiros e exploradores portugueses. Dentre as causas apontadas pelos historiadores para o retorno, estão a abundância de gado na região e o desejo da coroa espanhola de assegurar a posse daquelas terras, em virtude da crescente presença portuguesa no sul. Contudo, essas teses são controversas. Seja como for, a partir de 1682 os Jesuítas começaram a voltar para as suas antigas terras, e neste mesmo ano foi fundado o primeiro dos Sete Povos: São Francisco de Borja, seguido por São Nicolau, São Luiz Gonzaga e São Miguel. 
O Tratado de Madri estabeleceu a divisão de fronteiras entre a colônia portuguesa e colônia espanhola. As Sete Missões ficaram do lado português e os Guaranis receberam ordens portuguesas para desocuparem as terras. Decidiram desobedecer a essas ordens e então ocorreu a Guerra Guaranítica que terminou com a conquista e destruição de Sete Povos das Missões e com o assassinato do principal líder guarani, Sepé Tiaraju, em 1756.

GUERRA DOS PALMARES
(em construção)


A SOCIEDADE MINERADORA

Devemos aos bandeirantes a descoberta do ouro. Por volta de 1693, Antônio Rodrigues Arzão, descobria ouro nas terras que ficam próximas onde hoje é a cidade mineira de Sabará. Nos anos seguintes outras foram descobertas, como a de Vila Rica, hoje Ouro Preto. Após a notícia da descoberta, milhares de pessoas saíram de suas regiões rumo às minas. Milhares de africanos foram trazidos do seu continente para trabalharem como escravo. Devido à concentração do trabalho limitar-se somente ao ouro da região, a comida tornou-se escassa e a fome assolou as regiões mineiras. Não havia o que comer, nem o que vestir e nem onde morar.


 A GUERRA DOS EMBOABAS (1707-1709)
Alguns conflitos ocorreram na região nos primeiros anos de mineração, dentre eles a Guerra dos Emboabas, que assim foi chamada em referência aos portugueses, devido às botas que usavam. Emboabas significa em tupi “aves de pés emplumados”.
Esse conflito se deu entre portugueses e pessoas de outras regiões do Brasil, contra os bandeirantes, que haviam descoberto o ouro e alegava o direito de explorá-lo.  Terminou com vitória dos emboabas sob a liderança de Manuel Nunes Viana, que depois foi aclamado governador das Minas.

O CONTROLE SOBRE O OURO
Iniciada a mineração, o rei de Portugal criou, em 1702, a INTENDÊNCIA DAS MINAS – órgão encarregado de controlar a exploração do ouro, cobrar impostos e julgar os crimes praticados na região.
A partir de então, quando o minerador descobria uma mina, era obrigado por lei a informar o intendente. Este mandava dividir a mina em lotes auríferos chamados DATAS. O descobridor tinha direito a escolher duas datas; a seguinte era reservada ao rei. As outras distribuídas aos mineradores; as maiores iam para quem tivesse mais escravos.
Ao mesmo tempo em que incentivava a extração do ouro, a intendência criava e cobrava pesados impostos. O mais importante deles era o QUINTO (20% de todo o ouro extraído). Quanto maior a opressão fiscal, mais a população reagia, praticando o contrabando. (Ex.: O santo do pau oco).

REVOLTA DE VILA RICA (1720)
A medida que o contrabando aumentava, o governo português apertava o cerco. Em 1719 ele criou as CASAS DE FUNDIÇÃO – locais onde o ouro era transformado em barras, selado e quintado. De lá ia para a Provedoria da Fazenda Real, de onde era levado para o Rio de Janeiro.
A criação dessas “casas de fundição” gerou uma revolta, onde os manifestantes reivindicavam:
·         A redução do preço dos alimentos;
·         A anulação do decreto que criava as “casas de fundição”.
Seus principais líderes foram o tropeiro Felipe dos Santos e o minerador e comerciante Pascoal da Silva Guimarães. O primeiro foi esquartejado e o segundo preso.
Em 1720, o governo cria a capitania de Minas Gerais.

O CONTROLE SOBRE OS DIAMANTES
Assim que o rei soube da existência de diamantes no Arraial do Tijuco (Diamantina), criou a INTENDÊNCIA DOS DIAMANTES, expulsou os moradores do local e dividiu as terras em lotes, ficando com algumas e leiloando outras.
O rei português chegou a arrendar a extração de diamantes a CONTRATADORES – homens que recebiam o direito de explorar diamantes em troca de uma parte da riqueza. João Fernandes de Oliveira era um deles, ficou rico e conhecido pela fortuna e por ter vivido maritalmente com sua ex-escrava Chica da Silva.
Posteriormente, o governo acusou os contratadores de enriquecimento ilícito e retomou o controle total sobre os diamantes.

 MUDANÇAS INTERNAS
A mineração em Minas Gerais foi mais elevada entre 1736-1740, e contribuiu para algumas mudanças no Brasil:
a)      Nascimentos de vilas e cidades;
b)      Mudança da capital de Salvador para o Rio de Janeiro;
c)       Ocupação de áreas de povoamento do interior;
d)      Consolidação do mercado interno...
NE – Gado, couro e farinha
RJ – Africanos escravizados e artigos importados
SP – Milho, trigo
Sul – Cavalos, bois, mulas e charque

SOCIEDADE MINERADORA
MA, 1776: Brancos 70.769, Pardos 82.000, Negros 167.000. 78% da população eram negra e mestiça, e pobres.

OS RICOS E A CLASSE MÉDIA
Geralmente quem enriquecia nas minas eram comerciantes e tropeiros, através do lucro nos negócios. Os donos das minas estavam sofrendo perdas nos pagamentos dos pesados impostos, além de ter que comprar mão-de-obra e artigos importados.
A classe média estava em crescimento. Era composta por: pequenos lavradores, artesãos, profissionais liberais, padres, garimpeiros, donos de vendas e artistas.

OS HOMENS LIVRES POBRES
Vários eram os homens livres pobres, na maioria negros e mestiços. Eram perseguidos e chamados de vadios pelas autoridades, que só os procurava quando havia algum trabalho pesado ou perigoso. Tinham o costume de perambular pedindo esmola e comida, viviam brigando ou praticando pequenos furtos. Chegavam a fazer alguns trabalhos como obras públicas, segurança pessoal, combater índios e destruir quilombos.

OS ESCRAVIZADOS
As condições de trabalho não eram das melhores. Usavam geralmente instrumentos como a bateia (pratos grandes, tipo chapéu chinês) e o almocafre (enxada pequena e pontiaguda). Não trabalhavam apenas na mineração, também transportavam mercadorias e pessoas, construíam casas, estradas, dentre outras obras. Também comerciavam pelas ruas e lavras. Alguns proprietários alugavam seus escravos, onde eram chamados “escravos de ganho”.

 CONSIDERAÇÕES FINAIS
A sociedade do ouro premiou poucos e castigou a maioria. Os habitantes das minas, porém, não se calaram diante da opressão a que foram submetidos. Resistiam a tudo isso desobedecendo em silêncio, promovendo revoltas, desviando ouro e diamantes, reclamando à justiça, fugindo para a mata e formando quilombos.

A música sobre esse tema é do Mílton Nascimento. Com vocês...ELDORADO. Interprete-a de acordo com o que estudamos.

ELDORADO

Eu também fiz vinte anos Eldorado
E a caravana quis me levar
Me jogaram pra dormir num chão de cadeia
No meu sonho eu via as ondas do mar

Eu também fiz vinte anos Eldorado
E a caravana quis me levar
Me jogaram pra dormir num chão de cadeia
Iam no galope as ondas do mar

(trechos da música ELDORADO, de Mílton Nascimento)

ESTUDO DIRIGIDO

1. A descoberta do ouro nas Minas Gerais atraiu pessoas de todas as regiões. De que forma ocorreu essa descoberta?
2. A mineração em Minas Gerais foi mais elevada entre 1736 e 1740. Ela contribuiu para muitas mudanças no Brasil da época. Cite pelo menos duas dessas mudanças.
3. Geralmente quem enriquecia nas minas eram comerciantes e tropeiros, através do lucro nos negócios. Os donos das minas enfrentavam algumas dificuldades para enriquecer. Que dificuldades eram essas?
4. A sociedade mineradora era composta por poucos Ricos, possuía uma classe média, homens livres pobres e escravos. Escolha uma dessas classes e faça um breve comentário sobre ela.
5. A partir do início da exploração do ouro e do diamante, a fiscalização foi sempre muito rígida. De que forma essa fiscalização era feita pelo corte portuguesa?.
6. Além da fiscalização por parte da corte portuguesa, pesados impostos faziam parte do cenário mineiro da época aurífera. O mais importante desse impostos era o QUINTO. Fale sobre esse imposto.
7. Escreva um pequeno texto explicando o que foi a Guerra dos Emboabas.
8. Explique como aconteceu a Revolta de Vila Rica.
9. Alguns fatos ocorreram durante a corrida em busca do ouro. Um deles foi a  fome enfrentada pelos mineiros. Explique por que a forma assolou aquela região tão rica em minério.

 EMANCIPAÇÃO POLÍTICA DO BRASIL

As manifestações contra a política colonial não ocorreram apenas na América espanhola. O Brasil foi palco de revoltas contra as exigências por parte de Portugal. Autoritarismo e altos impostos foram um fator de descontentamento contra a opressão da Metrópole. Várias conspirações contra Portugal e tentativas de independência surgiram nessa época, porém, elas tiveram um caráter de revoltas regionais, e não revoluções nacionais. Essas conspirações tinham a ver com as novas ideias e os fatos ocorridos na esfera internacional. Esse foi o traço comum de episódios diversos como a Inconfidência Mineira (1789), a Conjuração dos Alfaiates (1798) e a Revolução Pernambucana (1817).



INCONFIDÊNCIA MINEIRA

O objetivo principal desse movimento era a de proclamar uma República, tomando como modelo a Constituição dos Estados Unidos. Dentre algumas medidas propostas estavam a libertação dos escravos nascidos no Brasil, a criação da capital em São João del Rei, a criação em Vila Rica de uma universidade e uma casa da moeda. A bandeira da república teria a inscrição “Libertas quae sera tamen”, que significa: “Liberdade ainda que tardia”.

Para compreendermos esse movimento revoltoso é necessário que estejamos cientes de que nessa época a sociedade mineira estava em uma fase de declínio, marcada pela queda contínua da produção de ouro e pelas medidas da Coroa no sentido de garantir a arrecadação do quinto. Se examinarmos a vida dos inconfidentes, veremos que existiam também razões específicas de descontentamento. Em sua maioria, eles constituíam um grupo de elite colonial, com exceção de um, José Joaquim da Silva Xavier.

Em 1788, quando um novo governador (Visconde de Barbacena) enviado por Portugal, recebeu as instruções de Portugal para cobrar as dívidas atrasadas, abriu a grande possibilidade de se decretar uma derrama, ou seja, um imposto cobrado de forma forçada por cada habitante da capitania. Um clima de revolta tomou conta da população. As instruções ameaçavam de forma geral a capitania e mais diretamente o grupo de elite, onde se encontravam os maiores devedores da Coroa. Por um lado os colonos alegavam não pagar por que o ouro estava se esgotando, por outro lado, as autoridades portuguesas afirmavam que o ouro estava sendo desviado.

Reagindo a essa situação opressiva, um grupo de homens da elite de Minas, começou a se reunir em Vila Rica para planejar uma rebelião contra o domínio português. Entre os rebeldes estavam: Tomás Antônio Gonzaga (juiz de Vila Rica); Cláudio Manoel da Costa (advogado e intelectual renomado); Inácio de Alvarenga Peixoto (donos de jazidas e filho de fazendeiro e comerciante); padre Oliveira Rolim (Chefe Político). Eram, em sua maioria, homens ricos que temiam perder tudo no dia em que a derrama fosse aplicada.

Entre eles estava um homem que havia sido dentista prático, tropeiro, garimpeiro que, aos 30 anos, tornara-se militar: o alferes Joaquim José da Silva Xavier, conhecido por todos como Tiradentes.

Tiradentes
 Os inconfidentes começaram a preparar o movimento de rebeldia nos últimos meses de 1788, incentivados pela expectativa do lançamento da derrama. Não chegaram, porém, a pôr em prática seus planos. Em março de 1789, Barbacena decretou a suspensão da derrama, depois que Silvério dos Reis denunciou seus companheiros, em troca do perdão de uma grande dívida que possuía com a coroa. Seguiram-se prisões em Minas e a de Tiradentes no Rio de Janeiro.

A partir daí, começou uma grande encenação da Coroa, buscando mostrar sua força e desencorajar futuras rebeldias. A rainha de Portugal ordenou a abertura de dois processos, um em Minas e outro no Rio de Janeiro. O julgamento durou três anos (1789-1792), 11 inconfidentes foram condenados à forca. Depois as sentenças foram alteradas e, apenas Tiradentes foi condenado à morte. Os outros inconfidentes foram degredados nas colônias portuguesas na África.

O movimento de rebeldia não chegou a se concretizar, e suas possibilidades de êxito eram remotas. A relevância da Inconfidência deriva de sua força simbólica: Tiradentes transformou-se em herói nacional. Sua morte ocorreu em 21 de abril de 1792 (data que passou a ser feriado). Por ter assumido toda a culpa, Tiradentes se tornou um dos poucos heróis nacionais, cultuado como mártir em todo o país.

É BOM SABER QUE: Não se sabe exatamente como era o rosto de Tiradentes, porém, ele foi cada vez mais retratado com traços semelhantes às imagens mais divulgadas de Cristo.


CONJURAÇÃO BAIANA (OU CONJURAÇÃO DOS ALFAIATES)

Movimento organizado na Bahia em 1798, por gente marcada pela cor da pele e pela condição social: mulatos e negros, libertos ou livres, ligados às profissões urbanas como artesãos, ou soldados, e alguns escravos. Entre eles destacavam-se alguns alfaiates, derivando daí o nome da conspiração. Mesmo entre os brancos, predominava a origem popular, com a importante exceção do médico Cipriano Barata. 

O que veio a causar a revolta foram os impostos abusivos que causavam constantes altas no preço dos alimentos, como também a obrigação de importar produtos industrializados, já que o Brasil era proibido fabricá-los. Além disso, o racismo contra os afrodescendentes prejudicava a vida em sociedade.

Os conspiradores defendiam dentre outras coisas a proclamação da República, o fim da escravidão, o livre comércio. Assim como a Inconfidência Mineira, o movimento não chegou a se concretizar e não passou de algumas manifestações como distribuição de panfletos e articulações. Após a tentativa de se obter o apoio do governador da Bahia, começaram as prisões e delações. Quatro dos principais acusados foram enforcados e esquartejados. Outros receberam pena de prisão ou banimento.

A severidade das penas desproporcional à ação e às possibilidades de êxito dos conjurados. A dureza se explica pela origem social dos acusados e por um conjunto de outras circunstâncias ligadas ao temor das rebeliões de negros e mulatos.

No plano dos fatos materiais, a Conjuração dos Alfaiates pouco representou. Assim como a Inconfidência Mineira, ela nos interessa pelo seu aspecto simbólico.

A independência não viria por via de uma revolução contra a Metrópole, mas por um processo de que resultaram mudanças importantes e também continuidades com relação ao período colonial. A história desse processo passa por episódios como a transferência da família real para o Brasil, e atos solenes como a abertura dos portos, pondo fim ao sistema colonial.

FAMÍLIA REAL NO BRASIL E A ABERTURA DOS PORTOS
Acabamos de estudar sobre a INCONFIDÊNCIA MINEIRA e a CONJURAÇÃO BAIANA – movimentos em prol da proclamação da república no Brasil. Enquanto movimentos como esses aconteciam no Brasil, a corte portuguesa passava por maus momentos em Portugal. Sabemos que depois de Napoleão Bonaparte conquistar o poder na França, decretou o BLOQUEIO CONTINENTAL, onde proibia todos os países europeus a comerciar com a Inglaterra. Nessa época, Portugal era governado pelo príncipe regente Dom João. Como Portugal era um antigo aliado da Inglaterra, Dom João ficou numa situação muito difícil: se fizesse o que Napoleão queria, os ingleses invadiriam o Brasil, pois estavam muito interessados no comércio brasileiro; se não o fizesse, os franceses invadiriam Portugal.
D.João desobedeceu a essa proibição e Portugal foi invadido por tropas napoleônicas. O que restou a D.João foi fugir para o Brasil com seu corpo administrativo, sob a proteção da marinha inglesa. Vieram cerca de 15 mil pessoas. A chegada foi em janeiro de 1808 em Salvador, onde passou pouco tempo e em março já estava no Rio de Janeiro.
O episódio da transferência da família real portuguesa para o Rio de Janeiro deslocou para o Brasil o eixo político-econômico, antes situado em Portugal. O Rio de Janeiro agora era a sede do Império português. Esse deslocamento é chamado de interiorização da Metrópole, e as autoridades que antes obedeciam a Portugal, agora devem obediência ao Rio de Janeiro.
Dias depois de sua chegada, D.João ordenou a abertura dos portos brasileiros. Mas, o que isso significa?
 A abertura dos portos brasileiros significou que a partir daquele momento, o Brasil poderia comerciar com as nações amigas, pondo fim no pacto colonial português. Diante da situação que Portugal se encontrava não tinha outra alternativa a não ser fazer a abertura dos porto, pois, Portugal estava ocupado por tropas napoleônicas e a Corte portuguesa no Rio queria continuar se abastecendo de mercadorias importadas.
 
TRATADO DE COMÉRCIO COM A INGLATERRA
Quem mais teve vantagem com a abertura dos portos foi a Inglaterra, pois, a partir de então poderia negociar seus produtos diretamente com o Brasil. Além disso a Inglaterra foi favorecida com a assinatura do Tratado de Comércio e Navegação em 1810. O principal artigo desse tratado dizia que, para entrar no Brasil, as mercadorias inglesas deveriam pagar um imposto de 15%; as portuguesas, de 16%; e as outras nações 24%.
Quando se instalou no Rio de Janeiro, D.João autorizou a criação de indústrias no Brasil, mas não teve o resultado esperado devido a falta de capital e a concorrência (em preço e qualidade) com produtos estrangeiros, sobretudo a Inglaterra que pagava impostos menores e assim poderia vender seus produtos mais baratos que outras nações.

ADMINISTRAÇÃO JOANINA
Além das mudanças comerciais, a chegada da família real ao Brasil também causou um reboliço cultural e educacional. Nessa época, foram criadas escolas como a Academia Real Militar, a Academia da Marinha, a Escola de Comércio, a Escola Real de Ciências, Artes e Ofícios, a Academia de Belas-Artes e dois Colégios de Medicina e Cirurgia, um no Rio de Janeiro e outro em Salvador. Foram fundados o Museu Nacional, o Observatório Astronômico e a Biblioteca Real (atual Biblioteca Nacional do Rio de Janeiro), cujo acervo era composto por muitos livros e documentos trazidos de Portugal. Também foi inaugurado o Real Teatro de São João e o Jardim Botânico. Uma atitude muito importante de dom João foi a criação da Imprensa Régia. Ela editou obras de vários escritores e traduções de obras científicas. Foi um período de grande progresso e desenvolvimento.
Não podemos esquecer do Teatro de São João inaugurado em 1818 e do 1º número de "A Gazeta do Rio de Janeiro".
Outras realizações importantes no governo de D.João:
·         Criação do Banco do Brasil;
·         Casa da Moeda.



A 17 de dezembro de 1815 o Brasil foi elevado a reino e as capitanias passaram em 1821 a chamar-se províncias. Em 1818 com a morte da rainha D. Maria I, a quem Dom João substituía, deu-se no Rio de Janeiro a proclamação e a coroação do Príncipe Regente, que recebeu o título de Dom João VI. Valendo-se de seu poder, contratou a Missão Artística Francesa, grupo de professores, arquitetos, músicos, escultores e pintores, entre os quais estava Jean-Baptiste Debret.



DEBRET NO BRASIL

    Debret documentou os acontecimentos da história brasileira no início do século 19. Ele e os membros da corte tinham consciência da importância da circulação de gravuras tratando de diferentes aspectos da vida no Brasil. Ou seja, eles se preocupavam com a divulgação da imagem do Brasil no exterior, principalmente pelo fato de o Brasil não ser mais apenas uma colônia, mas Reino Unido de Portugal.

Debret seria importante mesmo depois da Independência. Ele soube se transformar no pintor comemorativo oficial do império. Debret não gravou apenas momentos que ele considerava importantes para a história ou cenas da vida da família real. Ele também documentou o cotidiano de pessoas comuns. Diversos fatores contribuem para a construção do imaginário sobre determinada época, mas, certamente, a comunicação visual - por meio de pinturas e gravuras, ou da fotografia, da tevê e do cinema - tem uma força muito grande. Debret muito contribuiu nesse sentindo.

















REVOLUÇÃO PERNAMBUCANA
A Revolução pernambucana de 1817 foi o último movimento de revolta anterior à Independência do Brasil. Suas causas estão intimamente relacionadas ao estabelecimento e permanência do governo português no Brasil (1808-1821).
Quando a Corte portuguesa abandonou Portugal e estabeleceu-se no Brasil, fugindo da invasão napoleônica, adotou uma série de medidas econômicas e comerciais que geraram crescente insatisfação da população colonial. A implantação dos novos órgãos administrativos governamentais e a transmigração da Corte e da família real portuguesa exigiram vultosas somas de recursos financeiros. Para obtê-las, a Coroa lusitana rompeu com o pacto colonial, concedendo inúmeros privilégios à burguesia comercial inglesa, e criou novos impostos e tributos que oneraram as camadas populares e os proprietários rurais brasileiros.
Em nenhuma outra região, a impopularidade da Corte portuguesa foi tão intensa quanto em Pernambuco. Outrora um dos mais importantes e prósperos centros da produção açucareira do Nordeste brasileiro, Pernambuco estava atravessando uma grave crise econômica em razão do declínio das exportações do açúcar e do algodão. Além disso, a grande seca de 1816 devastou a agricultura, provocou fome e espalhou a miséria pela região. A insatisfação popular, que já era grande, generalizou-se diante dos pesados tributos e impostos, cobrados pelo governo de dom João.
Foi também em Pernambuco, que os princípios Iluministas encontraram "solo fértil" para circular e se propagar.
Como analisa a historiadora Maria Odila Silva Dias "a fim de custear as despesas de instalação de obras públicas e do funcionalismo, aumentaram os impostos sobre a exportação do açúcar, tabaco e couros, criando-se ainda uma série de outras tributações que afetavam diretamente as capitanias do Norte, que a Corte não hesitava em sobrecarregar com a violência dos recrutamentos e com as contribuições para cobrir as despesas da guerra no reino, na Guiana e no Prata. Para governadores e funcionários das várias capitanias parecia a mesma coisa dirigirem-se para Lisboa ou para o Rio."
Em Pernambuco, além de reclamar dos impostos, a população criticava o controle dos portugueses sobre o comércio e a preferência dada a militares portugueses em caso de promoção.
Em 1817, um grupo de rebeldes tomou o poder, proclamou uma república e formou um governo provisório que dizia representar todas as classes. Esse governo era liderado pelo comerciante Domingos José Martins, o carmelita Miguel Joaquim de Castro e o capitão Domingos Teotônio Jorge, entre outros.
Tinham como objetivo estabelecer uma república, adquirindo assim liberdade de religião e de imprensa e o fim do domínio português. Emissários foram enviados a outros estados nordestinos em busca de apoio. Tão logo soube da revolta, o governo de dom João ordenou uma violentíssima repressão militar contra os revolucionários. As tropas oficiais atacaram por terra e mar, cercando o porto de Recife com uma grande esquadra. O governo provisório durou 75 dias, os revolucionários pernambucanos foram derrotados. Os que não morreram em combate foram rapidamente presos. Todos os líderes revolucionários presos acabaram sendo sumariamente condenados à morte, entre eles: Teotônio Jorge, padre Pedro de Souza Tenório, Antônio Henriques e José de Barros Lima. A Revolução pernambucana, apesar do seu fracasso, entrou para a história como o maior movimento revolucionário do período colonial.

REVOLUÇÃO DO PORTO
Tanto movimento por aqui provocou a indignação do outro lado do Atlântico. Afinal, o Brasil deixara de ser uma simples colônia. Nosso país tinha sido elevado à condição de Reino Unido a Portugal e Algarves. Quer dizer, enquanto a família real esteve por aqui, a sede do reino foi o Rio de Janeiro, que recebeu muitas melhorias. Enquanto isso, em Portugal, o povo estava empobrecido com a guerra contra Napoleão e o comércio bastante prejudicado com a abertura dos portos brasileiros. Os portugueses estavam insatisfeitos e, em 1820, estourou a Revolução Liberal do Porto, cidade ao norte de Portugal. Os rebeldes convocaram eleições para as Cortes (parlamento português). A maioria dos parlamentares desta Corte  passou a exigir a volta de dom João e a expulsão dos governantes estrangeiros (Ingleses). Queriam também que o comércio do Brasil voltasse a ser feito exclusivamente pelos comerciantes portugueses.
Cedendo às pressões de Portugal, D. João resolveu que a melhor solução para esses problemas era sua volta para Portugal, a qual se deu em 26 de abril de 1821, levando consigo o dinheiro e o ouro do Banco do Brasil, porém, aqui ficou seu filho, D. Pedro, no papel de governante do Brasil, satisfazendo desta forma não só os portugueses, mas também os brasileiros que tinham lucrado com a vinda da corte portuguesa para o Brasil, especialmente com a abertura dos portos.

IR OU NÃO IR: EIS A QUESTÃO
A permanência de Dom Pedro no Brasil desagradou às Cortes portuguesas que começaram a exigir a sua volta a Portugal. Daí começava um embate entre portugueses e brasileiros sobre a permanência de Dom Pedro no Brasil.
No final desse ano, um fato novo redefiniu a situação: chegaram ao Rio de Janeiro decretos da corte que exigiam a completa obediência do Brasil às ordens vindas da metrópole. No dia 9 de dezembro de 1821, o governo brasileiro voltou a ser dependente de Portugal. Dom Pedro recebeu ordens para voltar a Portugal, mas o Partido Brasileiro, grupo formado por grandes fazendeiros, comerciantes e altos funcionários públicos, o convenceu a ficar. O regente recebeu listas com assinaturas de cerca de 8.000 pessoas pedindo que ele permanecesse no país. Em 9 de janeiro de 1822, apoiado pelas províncias do Rio de Janeiro, São Paulo e Minas Gerais, dom Pedro decidiu permanecer. Ele foi à sacada e disse: "Se é para o bem de todos e felicidade geral da nação, diga ao povo que fico!". Essa data ficou conhecida como o Dia do Fico.
Portugal não aceitou pacificamente a decisão de Dom Pedro. As tropas portuguesas sediadas no Rio de Janeiro tentaram força-lo a embarcar, o povo reagiu em defesa de Dom Pedro . Pressionados essas tropas voltaram para Portugal.
D. Pedro recusou-se a partir. Momentos decisivos do rompimento com Portugal.
Dom Pedro estimulado pelo entusiasmo popular tomou novas decisões. Primeiramente reformou o ministério dando-lhe força e unidade. Para isso nomeou a 16 de janeiro de 1822, José Bonifácio de Andrada e Silva Ministro dos Negócios do Interior, da Justiça e dos Estrangeiros. Em 04 de abril aconselhado por José Bonifácio decretou que as ordens vindas de Portugal, só teriam valor se aprovadas por ele, como isso, enfrentando as exigências das cortes. 
Em 03 de junho de 1822, convocou uma Assembleia Nacional Constituinte para fazer as novas leis do Brasil. Isso significava que, definitivamente, os brasileiros fariam as próprias leis. Para o Parlamento português (denominado Cortes) não poderia haver desobediência maior.

A INDEPENDÊNCIA DO BRASIL

As agitações populares tomaram conta das ruas nas principais cidades brasileiras. E em 1º de agosto Dom Pedro dirigiu um manifesto aos brasileiros, convocando-os a se unirem. Em 06 de agosto, dirigiu outro manifesto às nações exigindo o reconhecimento, pelos outros povos, dos direitos do Brasil.

No dia 14 de agosto, Dom Pedro partiu para a província de São Paulo que se encontrava agitada por lutas internas. A regência ficou entregue à sua esposa dona Leopoldina. Durante a sua ausência, chega ao Rio de Janeiro uma carta das Cortes Portuguesas, na qual exigia a volta imediata de Dom Pedro à Portugal e a anulação da convocação da Assembleia Nacional Constituinte.



Leopoldina e José Bonifácio enviaram um correio para levar essa carta a Dom Pedro. José Bonifácio e Leopoldina enviam outra carta, cada um reforçava a ideia de que havia chegado a hora de tomar uma decisão. A proclamação da Independência é considerada necessária por D. Leopoldina e o conselho do Estado.

Dom Pedro estava voltando de São Paulo, após uma viagem a Santos. Eram 16 horas e 30 minutos do dia 07 de setembro de 1822, quando o correio alcançou Dom Pedro nas margens do rio Ipiranga e entregou-lhe as cartas. A carta das Cortes anulava seus atos no Brasil e o ameaçado fazê-lo regressar à força. A princesa recomendava prudência, mas José Bonifácio era alarmante, comunicando-lhe que além de seiscentos soldados lusitanos que já haviam desembarcado na Bahia, outros 7 mil estavam em treinamento para serem colocados em todo o Norte do Brasil. Terminava afirmando: "Só existem dois caminhos: ou voltar para Portugal como prisioneiro das cortes portuguesas ou proclamar a Independência, tornando-se imperador do Brasil".

Dom Pedro sabia que o Brasil esperava dele uma atitude. Depois de ler, amassou e pisoteou as cartas, montou seu cavalo e cavalgou até às margens do Ipiranga e gritou à guarda de honra: "Amigos, as cortes de Lisboa nos oprimem e querem nos escravizar... Deste dia em diante, nossas relações estão rompidas".

Após arrancar as insígnias de cores azuis e brancas de seu uniforme, o príncipe sacou a espada e gritou: " Por meu sangue, por minha honra e por Deus, farei do Brasil um país livre", em seguida, erguendo a espada, afirmou: "Brasileiros, de hoje em diante nosso lema será: Independência ou Morte!".

Momento em que D. Pedro proclama a Independência do Brasil nas margens do Rio Ipiranga em São Paulo.

A notícia se espalhou por todo o Brasil. O povo cantou e dançou nas ruas. O Brasil não era mais uma nação acorrentada. No dia seguinte, iniciou a viagem de retorno ao Rio de Janeiro. Na capital foi saudado como herói. No dia 1º de dezembro de 1822, aos 24 anos, foi coroado imperador do Brasil e recebeu o título de Dom Pedro I. A independência do Brasil foi liderada pelas elites, interessadas em manter a liberdade de comércio, ampliar a autonomia administrativa e conservar seus privilégios, mantendo a maioria do povo afastado da política. Isso ajuda a explicar por que o projeto de independência vitorioso manteve a monarquia, a escravidão e a grande propriedade.



CONSIDERAÇÕES FINAIS

A independência do Brasil não ocorreu em todas as províncias do Brasil, as províncias da Bahia, do Maranhão, do Piauí, do Grão-Pará e da Cisplatina, ainda estavam dominadas pelos portugueses e precisaram de muitas lutas para que elas tornassem também independentes. Essas lutas se estenderam até 1823.

Depois de todas as províncias estarem independentes, houve a necessidade do reconhecimento da Independência por parte das outras nações. O primeiro país da América a reconhecer a nossa independência foi os Estados Unidos. Os países europeus o reconhecimento foi mais difícil, e o Brasil teve até que pagar uma indenização a Portugal, depois de demoradas conversações a Independência do Brasil foi reconhecida por todas as nações europeias e em 1826 o Brasil firmou sua posição de país independente no cenário internacional.



Mais será que o Brasil conseguiu realmente a sua independência?

Lis Natalia (http://www.coladaweb.com/historia-do-brasil/vinda-da-familia-real-ao-brasil)



Acho que a resposta é sim e não ao mesmo tempo. Porque o Brasil atualmente tem seu governo, formado por brasileiros, e não é mais uma colônia de outro país. Mas por outro lado ele ainda continua dependendo dos outros países, possuindo uma dívida externa muito alta. Os estrangeiros continuam invadindo o nosso país montando empresas estrangeiras em nosso país, e com isso as nossas riquezas acabam indo para fora enquanto isso nosso país continua tento desemprego, pessoas miseráveis, baixo salários, etc, e os países que aqui se estalam quase não pagam impostos e enviam grandes remessas de dinheiro para seu país de origem deixando ele cada vez mais rico as custas de nosso país.

Por tudo isso, ainda falta muita coisa para conseguirmos nossa total independência, e para isso acontecer muita coisa precisa ser mudada em nosso país. As riquezas produzida com o trabalho do brasileiro deve contribuir para elevar o nível de vida da nossa população, a vida dos brasileiros deve ser mais respeitada e protegida e para isso ainda temos que lutar muito ainda para que possamos conseguir realmente a nossa total independência.

O processo da Independência foi muito longo e por ironia do destino foi um português que a proclamou.





Bibliografia: HISTÓRIA, SOCIEDADE & CIDADANIA. Alfredo Boulos Júnior. FTD. São Paulo, 2009.
HISTÓRIA DO BRASIL. Boris Fausto Ed. USP. São Paulo, 2010.
http://www.coladaweb.com/historia-do-brasil/vinda-da-familia-real-ao-brasil
http://br.answers.yahoo.com/question/index?qid=20080327102815AAzlUbG